Em
uma carta ao Ministro da Educação, transcrita abaixo, 25 professores eméritos
da Universidade Federal do Rio de Janeiro protestam contra o fato de o
comando de greve, que vem paralisando a universidade há vários meses, ter
agora assumindo as funções de responsabilidade acadêmica da instituição.
Dizem eles: “nossa preocupação vai além da quase completa paralisação das aulas
e atividades administrativas numa greve que já dura 3 meses. Greves por longos
períodos já ocorreram no passado, mas o que presenciamos agora é de gravidade
sem precedentes: a transformação de instâncias sindicais em canais de
tramitação dos procedimentos acadêmicos, e de decisão sobre questões da alçada
do Conselho Universitário e do próprio Reitor”.
Não
chega a ser sem precedentes. Em 1917, Lênin lançou a diretriz de “todo poder
aos Soviets”, que eram as organizações de trabalhadores que apoiaram a
revolução de outubro e que, depois, foram violentamente reprimidas pelo
governo implantado em seu nome. Fora isto, de fato, o direito de greve, dentro
de seus limites, tem sido reconhecido em todas as partes, mas jamais confundido
com a entrega da autoridade das organizações aos sindicatos, nem no
setor privado, nem no setor público. Até agora.
Tão ou mais
preocupante é que este protesto tenha partido de professores eméritos, e não
dos professores ativos. Será que, para eles, está tudo bem, como esteve
bem a “consulta” que substituiu o processo legal de escolha dos candidatos a
reitor, e que levou à indicação e posterior nomeação do reitor atual?
Simon's Site
Site e Blog de Simon Schwartzman
http://www.schwartzman.org.br/sitesimon/?p=5270&lang=pt-br
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