sábado, 12 de dezembro de 2015

COMUNIDADE UNIVERSITARIA




COMUNIDADE UNIVERSITARIA

Nos tempos atuais os espíritos individualistas se aguçam de tal forma que nos convidam a refletir a partir dos fatos que nos atingem no dia a dia. Em particular, na comunidade universitária da UFPE temos exemplos que nos preocupam seguidamente.

Os três segmentos, professores, servidores técnicos administrativos em educação (TAE) e estudantes, compõem o que chamamos de comunidade universitária. O dia a dia nos expõe a situações esquisitas, que normalmente nós “deixamos pra lá” e, a cada absurdo que aparece, logo, logo, vira normal e, pelo fato de não o interrompermos no início, ficamos engolindo-o para todo o sempre.

A noção “do que é público” confunde muita gente. Outro dia uma pessoa parou o carro no meio da rua e foi resolver um problema particular. Embora algumas pessoas protestassem, o dono do veículo alegou que “a rua é pública” e, portanto, ele podia se utilizar como bem entendesse. É assim, também, que suportamos os sons altos dos vizinhos, de um carro estacionado no bar, que dizem que a “rua é pública”! Exatamente por ser público é que não pode ser utilizado da maneira que qualquer um queira! Daí a necessidade da autoridade pública, do policial, do fiscal de meio ambiente, etc, coibir o abuso, a falta de compreensão, ou a desdenha de indivíduos.

Na universidade também esse chavão vem se aplicando paulatinamente, e crescentemente, em muitos ambientes e, cada vez mais, se estabelece como “normal”, ou que “é assim mesmo”! Apesar dos “gestores” estarem legalmente em condições de assumirem sua função e corrigirem os problemas eles não os enfrentam, porque não querem entrar em conflito.

Aqui na UFPE, nossa comunidade universitária está perdendo o sentido do que seja comunitário e, além do mais, do que é público!

Em visita a uma universidade na França percebi uma situação que vale comparar com a nossa. A universidade tem seu prédio escolar no centro da cidade e os laboratórios de pesquisa situados em outros locais. Nas vezes em que lá estive, fui conhecer os laboratórios em companhia de um professor local. Em todos os prédios que visitamos, inclusive nos estacionamentos, o colega os acessava utilizando o seu cartão magnético de identificação. Nunca houve impedimento, embora cada prédio tenha sua recepção para atender os que chegam desacompanhados e não pertencem aos quadros da universidade. É assim, aqui na nossa comunidade universitária? Claro que não. Em alguns locais de circulação comum, nós somos obrigados a nos identificar e não temos acesso aos estacionamentos. Se argumentarem que as vagas são limitadas, podemos assegurar que lá na França também o são. E se o professor chegar e não tiver vaga, estaciona fora do local dos professores!

Recentemente, como chefe de departamento, encaminhei oficio ao Reitor solicitando abertura de uma comissão de sindicância para investigar a responsabilidade de alguém, de um laboratório do CCB, que assumiu a postura dos “coronéis” nordestinos e fechou o registro de água que servia um laboratório vizinho. A água, paga pela UFPE, foi deliberadamente “tomada de conta” por um pesquisador cioso de sua condição de “senhor de engenho”: são os nossos “muros de Berlin”. O fato é que até o memento não tive resposta do ofício, apesar de já ter resolvido o problema por outro caminho.

No CCEN, um aluno de doutorado esperava há mais de um mês pelo seu diploma para se inscrever numa “bolsa de sanduiche” no exterior. A secretaria do curso dizia que faltava o carimbo do coordenador. Além disso, o secretário, que está no sistema de 6h/dia, não cumpre o horário e também fecha a secretaria nas sextas-feiras para atendimento ao público! Uma tremenda irregularidade, pois deveria funcionar 12h/dia conforme EXIGE o Decreto da Flexibilização da Jornada de Trabalho (Decreto1.590, 10/08/95). Como o aluno corria o risco de perder os prazos, tomou a iniciativa de mandar fazer o tal carimbo, salvando sua situação e de uma fila de outros alunos em igual situação.

Outro exemplo que constatamos é o que ocorre na parada de ônibus do CFCH (externa ao campus). Ali, foi preparado, há muitos anos, um espaço seguro e suficiente para os estudantes e outros usuários aguardarem o transporte coletivo. Além disso, uma baia garante espaço para o coletivo estacionar sem interromper a passagem dos veículos que circulam na via principal. Todos sabem que esse espaço virou o que se conhece como “a Pérsia”, ou outros codinomes. A reivindicação dos estudantes de terem um espaço seguro e tranquilo para aguardarem os ônibus foi atendida universidade, mas invadida pela folia de comerciantes informais (de todo tipo de negócio). O aberrante é que vários estudantes, com bandeiras de luta pela cidadania, acham agressiva a ideia de retirá-los de lá e resgatar a condição de segurança de todos, ou mesmo a proposta de organizar o ambiente, de modo que a função do local seja restabelecida. As pessoas são obrigadas a ficar em plena rua (na baia), os ônibus param em plena via, criando um congestionamento local do trânsito. A comunidade universitária se contradiz mais uma vez.

Todas essas questões não dizem respeito a este ou aquele gestor, em particular, mas à UFPE. É algo que envolve a todos nós. É preciso colaborar com nós mesmos, nós que vivemos no campus o dia a dia.

Ascendino Silva
Depto. Engenharia Biomédica da UFPE.

Debates: A Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica

Debates:



A Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica

Enquanto o Brasil vive uma crise sem precedentes na política e na economia, sem contar os problemas ambientais, está em curso uma ampla, necessária e importante discussão na área da educação básica: a criação de uma base nacional comum curricular (BNC), que é uma das premissas do Plano Nacional de Educação e deve estar em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.  O documento gerado pelo MEC, através de participação de mais de 100 especialistas, que está disponível para discussão e contribuições da sociedade há alguns meses, certamente ainda não teve a devida repercussão. De acordo com a página oficial da BNCC no Ministério de Educação (http://basenacionalcomum.mec.gov.br), o objetivo da BNCC é sinalizar percursos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes ao longo da Educação Básica. O documento tem sido debatido em diversos fóruns, e como qualquer proposta tem prós e contras. A BNC tem pelo menos duas consequências importantes: uma mudança na formação de professores para o ensino básico e uma modificação fundamental no material didático. A versão inicial da BNC deverá ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação. A BNC está sendo construída a partir de quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, e será mais uma ferramenta para ajudar e orientar na construção do currículo escolar. Daí sua importância para a formação do professor: a formação inicial precisa ter ela própria um currículo que “fale com a sala de aula da escola de ensino básico”, fato que não ocorre nos dias atuais. A formação continuada precisa urgentemente, mesmo antes da construção da BNC, atualizar metodologicamente os professores que estão em sala de aula para a realidade da escola do século XXI. Muitos dos conhecimentos essenciais para os estudantes de hoje já são conhecidos e métodos para ajudá-los a absorver estes conhecimentos também. No entanto, a maioria das cerca de 190  mil escolas do ensino básico – público e privado – do País “insiste” em educar como no séc. XX.
Um dos resultados deste modelo de aprendizagem aparece depois que o estudante sai da escola, tendo completado – ou não - o ensino médio: a falta de uma aprendizagem adequada naturalmente impacta para o resto da vida, e muitas vezes de forma negativa. Uma das áreas do conhecimento que compõem a BNCC são as Ciências da Natureza: Física, Química e Biologia. Entre os oito objetivos gerais indicados para esta área (veja todos os objetivos em  http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/interaja?ac=AC_CIN), destacamos um deles: mobilizar conhecimentos para emitir julgamentos e tomar posições a respeito de situações e problemas de interesse pessoal e social relativos às interações da ciência na sociedade. Este objetivo coincide com um dos significados do que se conhece como letramento científico, cujo tema tratamos em um texto neste blog (http://caleidoscopioufpe.blogspot.com.br/2015/09/indice-de-letramento-cientifico-um.html).
A BNC deverá ter sua primeira versão finalizada até junho de 2016, quando então irá ao CNE para posterior deliberação. O dia 2 de dezembro passado foi dedicado à BNC (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/dia-base). Até 15 de dezembro haverá uma forte mobilização (pelo menos é a expectativa do MEC) com a participação de toda a comunidade escolar em todos os níveis. Em 15 de dezembro termina a primeira fase de recebimento de sugestões, mas o site ficará aberto e continuará recebendo contribuições.
É muito importante que os cursos de formação de professores da UFPE, nas diversas áreas e nos diversos campi, fizessem contribuições institucionais para este importante debate, que vai afetar diretamente estes cursos de graduação.


Anderson S. L. Gomes (andersonslgomes@gmail.com) é professor no
Departamento de Física da UFPE e membro do Conselho Técnico
Cientifico de Educação Básica da CAPES.

Notícias


NOTÍCIAS

O Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) reelegeu o prof. Jerônimo Libonati (Depto. Ciências Contábeis e Atuariais) e o prof. Zionan Rolin (Depto. Economia) para um segundo mandato. A eleição aconteceu em 11/11/2015 em chapa única.

No Centro de Educação foram eleitos o Prof. Alfredo Gomes (Diretor) e a profa. Ana Lúcia Félix (Vice-Diretora) no dia 19/11/2015. A eleição transcorreu com chapa única.

No Centro de Artes e Comunicação a atual diretoria foi reconduzida, também em chapa única. Foram reeleitos os professores, Walter Franklin Correia (Diretor) e a profa. Christiane Maria Galdino de Almeida (Vice-Diretora).
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A eleição no Centro de Tecnologia e Geociencias (CTG) foram eleitos, Afonso Sobreira (Depto. Eng. Civil), Diretor, e o prof. José Araújo dos Santos Jr. (Depto. Energia Nuclear), Vice-diretor em 10/12/15. No CTG a disputa foi entre duas chapas.

No CCS os atuais Diretores, prof. Nicodemos Pontes, Diretor, e profa. Vania Ramos, Vice-diretora, foram reeleitos para um novo mandato.


Academia festeja projeto que estimula P&D e critica órgãos de controle
Luiz Queiroz* ... 19/11/2015 ... Convergência Digital
Ao falar numa audiência conjunta de duas comissões do Senado, sobre o PLC 77/2015, que trata de estímulos ao desenvolvimento científico, pesquisa e inovação, o vice-presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior (Confies), Fernando Peregrino, criticou a burocracia imposta pelos órgãos de controle contra os cientistas que, segundo ele, dificulta o trabalho de criação no país.
"Um pesquisador não é material que possa se jogar fora, punir, bloquear seus bens, porque ele trocou uma rubrica A por B. Francamente isso não se faz, mas é o que tem sido feito", disse. Para o professor, o dano causado por um erro destes é por demais pequeno em relação aos resultados finais de uma pesquisa científica. "Vai em cima de quem está desviando, daqueles que podem produzir danos, fiscalizem antes, durante e depois, mas nos deixem trabalhar", desabafou.
Para Peregrino, o projeto que tramita no Senado é um avanço, porque estimula avanços no campo científico e tecnológico, permite a Inovação e formaliza a participação da Academia e das empresas. Mas ressaltou que isso somente dará certo se houver um engajamento dos organismos de controle.
(continua...)
Veja em: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=41178&sid=3


O NUPEP (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação de Jovens e Adultos e em Educação Popular e Estudos da Infância) realizou na quinta-feira, 26/11/15 o CICLO DE DIÁLOGOS-2015/2017 a palestra “Acervo –  experiência e práticas” apresentada pela Dra. Danielle Ardaillon – Antropóloga.

O NUPEP – Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação de Jovens e Adultos e em Educação Popular e Estudos da Infância  organizou uma Agenda: ciclos de diálogos 2015/2017.

A ideia da Agenda é criar espaços para a interlocução com pessoas engajadas em trabalhos de organização de instituição-acervo para nos ajudar a consolidar o NUPEP como instituição especializada na identificação, preservação, guarda e difusão da memória histórica e cultural de pesquisadores, educadores/as sociais, professores/as que atuaram e atuam na EJA (Educação de Jovens e Adultos).

As reflexões abordadas pela Dra. Danielle, ao expor sua experiência e prática acumulada nos últimos anos sobre acervo, arquivos e seus significados foram bastante proveitosas para o grupo de pesquisadores que integram o NUPEP tendo em vista o atual projeto de pesquisa desenvolvido pelo grupo, intitulado: “Projeto memória oral e documental da educação de jovens e adultos e educação popular em Pernambuco”

Saiba mais sobre o NUPEP: Ao longo dos seus 25 anos de existência, este Núcleo tem se dedicado à pesquisa e à extensão no âmbito da universidade, incluindo processos de formação continuada de profissionais que atuam na EJA, elaboração de propostas curriculares para a alfabetização e para o ensino fundamental; produção de livros didáticos; participação em projetos educativos desenvolvidos por instâncias do Governo Federal, Estadual e Municipal ou por determinados Movimentos Sócio-Educativos; além de assessoria a processos de implantação de Centros Educacionais de Jovens e Adultos.


AVISO: Prezadas e prezados, encaminho folder para divulgação da roda de diálogos e lançamento do livro: Viver o escrever e escrever o viver: lições da prática, fruto da experiência de um grupo de professores que resultou no desenvolvimento do Curso de Aperfeiçoamento em Alfabetização de Jovens e Adultos e Inclusão Social, realizado no ano de 2014, numa articulação entre a UFPE, por meio do Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação de Jovens e Adultos e em Educação Popular – NUPEP-, o Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Social – SECADI- e secretarias municipais de educação.
Contamos com sua presença! Agende: Dia 11 de dezembro de 2015, no Centro de Educação da UFPE.